quinta-feira, 28 de julho de 2011

nozes

de que adianta começar,
se nem tem quem queira terminar?
não seria melhor nem vagar pelos meus pensamentos mais perdidos,
de onde tiro todas as ansias escondidas,
que me maltratam noite adentro;
nem adianta!
nem adianta, nada!
mas enfim,
o que seria começar...
se não esperar pelo fim
que já se espera?
é como um caminho ao início,
inútil e doloroso,
sem sabor,
cheio de mágoa e rancoroso,
que só vai, então, mostrar o que já sei;
uma música.
não palavras...
não letras...
uma música.
mas, pra você,
A música.
pois não dá pra expressar minhas certezas de outra forma,
- nem assim espero -
pois palavras nos enganam
enquanto a música, que soa, move mais do que a sombra,
alcança mais do que devia.
e, no fim...
nem comece
- pois já terminei.


Atos e Ozz
"Amor só vale a pena se for eterno ou eterno enquanto dure já está valendo?
E se eu quiser me amar primeiro desfrutando somente o prazer carnal?
Será que é errado a busca pelos desejos ou é mais errado senti-los e aprisiona-los dentro de regras impostas por uma sociedade?"

Liva Foppa

O que fizeram de nós

Sorrir pra disfarçar
Sofrer e não chorar
Querer, sem levantar
Dizer e não falar
Desajeitado, desamparado
Angustiado, por não entender

Dormir pra acordar
Benzer pra não pecar
Andar sem refletir
Tentar sem conseguir
Desajeitado, desamparado
Angustiado, por não entender

É tão fácil arruinar nossas vidas
Na feira, botar pra vender
Jogar nossos sonhos pros ares
‘que tem que morrer
É tão fácil viver em receios
Sem luz, nessa embriaguez
Um malte bem seco e sem gosto
Mostrando o desgosto que é (se foder) se perder

Tenho fome de dinheiro pra poder comer
Terra seca, gota d’água não quer mais chover

Desiludo em canções sem prazer
Meu anseio é tentar refazer
O que nunca tentou ser desfeito
Pensar no direito de poder vencer
Nossos olhos pra sempre molhados
Esvaindo o que faz perecer
Relembrar o que era passado
O que foi consumado, tentar reviver (- me faz renascer)

Tenho fome de dinheiro pra poder comer
Terra seca, gota d’água não quer mais chover

Sorrir pra disfarçar
Sofrer e não chorar
Querer, sem levantar
Dizer e não falar

terça-feira, 26 de julho de 2011

O outro

Tenho me perguntado sobre o que seria a minha missão. Sobre o que é que devo fazer e se estou pronto para isso.

Sair do lugar sempre me pareceu relativo, tendo em vista que mesmo eu acredito não ter andado um passo nesses últimos anos. Relativo. Acredito que, apesar de aparentar distante e parado, sendo indiferente a certas coisas que estão ao redor, estou sempre conectando pensamentos alheios à Verdade que me segue de muito tempo. Sempre pensando e pensando, chegando a conclusões que, em suma, tem me feito perder certo tempo em relação à humanidade.

Besteira.

Besteira pensar que sequer andei avante ou não tive até hoje um foco. Isso é a maior besteira que qualquer um pode acreditar. Não é divino – é uma fraude. Porque, afinal, tantas preocupações minhas em relação àquilo que É tem me levado a algum lugar, e acredito que esse lugar tem chegado cada vez mais perto e se fazendo claro a cada passo não dado. O que quero dizer é que, como meu pai costuma dizer, sou relaxado pra caralho, mostrando aos da Terra que pareço não estar andando.

Realmente, não os acompanho e nem faço questão de acompanha-los. Se acharem que não tenho crescido, é pura besteira simplesmente por não terem me acompanhado ou não terem acreditado no meu crescimento moral – na moral do Cristo –, ou sequer na minha capacidade de entender o que vivo/vivem e o que sinto/sentem. Meus valores são outros, e não parecem entender isso. Tenho aprendido a ser cristão, verdadeiramente, e ignorado o que dizem ser o certo.

Pff, o certo.


Queria poder negar o que me obrigam a fazer, porque, sinceramente, isso não é relevante.


Acredito que isso possa responder as minhas indagações – pelo menos um dia...