terça-feira, 17 de julho de 2012

Sinal de alerta


"A irresponsabilidade humana se expressa em todos os sentidos da vida, e se manifesta com surpreendentes características quando o assunto é a cura de si próprio. A procura por soluções fáceis e rápidas, como um remédio, uma terapia que proporcione um "ajuste" ou "conserto" do organismo, a entrega de si a um agente de saúde, um médico, um terapeuta, um guru, etc., é quase ou totalmente absoluta: "tome, conserte-me, para eu continuar a fazer, pensar ou sentir da mesma forma que venho fazendo".


Se o terapeuta pede ou exige uma mudança em hábitos, costumes ou atitudes, as coisas já começam a se complicar. É impressionante como algumas das pessoas conhecem as causas da maioria dos seus males. Por exemplo: se perguntamos a alguém que tem uma úlcera duodenal se sabe o motivo, ele responde prontamente: "acho que é porque tenho andado nervoso, tomo muito café, fumo demais e como muitas bobagens". Se perguntamos a outro com lesões coronárias se ele sabe o porquê daquilo, prontamente: "a minha vida sempre foi muito irregular, sou sedentário, fumo demais, gosto de alimentos gordurosos, enfim, sou muito relaxado".


Assim, pensamos, qual é então o motivo de se procurar um especialista? A maioria das pessoas procura um cúmplice para justificar as suas transgressões às leis naturais.


A doença é um aviso sutil de que algo está errado e precisa ser corrigido e esta correção só é total quando a consciência se responsabiliza por inteiro. Uma dor ou um sofrimento é sinal de alerta: muda - reflita - aprenda - ame - e quando esta lição é aprendida, o mal, o sofrimento deixa de existir. Portanto, não existe heterocura, mas somente autocura.


Auxiliar no processo, dar condições, esclarecer, é tudo o que podemos fazer pelos outros, mas a cura é uma conquista individual."

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Uma história zen

Goso Hoyen costumava dizer: "Quando me perguntaram o que é o zen, conto esta história:

Ao perceber que seu pai estava envelhecendo, o filho de um arrombador de casas pediu que este lhe ensinasse o ofício, para que ele pudesse dar continuidade aos negócios da família depois que o pai se aposentasse. O pai concordou, e naquela noite os dois invadiram uma casa juntos.

O pai abriu um grande baú e pediu ao filho que entrasse ali e pegasse roupas. Assim que o rapaz entrou, o pai trancou o baú e fez um barulhão para despertar todos os moradores da casa. E fugiu, em silêncio.

Preso no baú, o rapaz estava zangado, apavorado e intrigado, sem saber como sair. De repente, teve uma ideia - fez um som imitando um gato.

A família mandou a empregada pegar uma vela e examinar o baú. Quando a tampa foi aberta, o rapaz saltou para fora, assoprou a vela, empurrou a empregada assustada e saiu correndo. As pessoas correram atrás dele.

Ao ver um poço ao lado da rua, o jovem jogou uma pedra grande e se escondeu na escuridão. Os perseguidores cercaram o poço, tentando ver o arrombador se afogar.

Quando o rapaz chegou em casa, estava muito bravo com o pai e tentou lhe contar a história, mas o pai disse: 'Não precisa me falar dos detalhes. Você está aqui - aprendeu a arte.'"

terça-feira, 3 de julho de 2012